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Como o Câncer Afeta os Relacionamentos e o Que Fazer a Respeito

  • oncomaishumana
  • 9 de jul.
  • 5 min de leitura
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Receber o diagnóstico de câncer é um dos momentos mais difíceis da vida de qualquer pessoa. Mas o que nem sempre se fala é que esse impacto se estende além do paciente. Parceiros, filhos, pais, amigos e colegas também sentem os efeitos. Os relacionamentos são colocados à prova em diferentes níveis, emocionais, físicos, financeiros e até espirituais. A mudança de rotina, o medo do futuro e o desgaste emocional exigem mais do que palavras de apoio. É preciso adaptação, escuta, paciência e informação.


Mudanças nas relações afetivas após o diagnóstico


Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer é a segunda principal causa de mortes no Brasil, e estima-se que mais de 700 mil novos casos sejam diagnosticados por ano no país. Esse número representa milhares de famílias que precisam reorganizar a vida diante de uma nova realidade. No centro dessa transformação estão os vínculos afetivos, que tendem a ser profundamente alterados.


A relação entre casais é uma das que mais sofre alterações. O diagnóstico pode intensificar a união ou provocar distanciamento. De acordo com um levantamento da American Cancer Society, muitos parceiros relatam sentimentos de impotência, exaustão e até culpa por não saberem como ajudar. Ao mesmo tempo, o paciente pode se sentir um peso ou deixar de se ver como alguém desejável, o que impacta diretamente a intimidade.


Além da questão emocional, o câncer também pode afetar o relacionamento sexual. Mudanças físicas, efeitos colaterais do tratamento como fadiga, alterações hormonais e cirurgias podem interferir na libido e no conforto durante o ato sexual. É comum que o casal precise ressignificar a sexualidade e buscar novas formas de conexão.


A relação com os filhos também muda


Para quem é pai ou mãe, o impacto do câncer também se reflete na maneira como se relaciona com os filhos. Crianças pequenas podem não entender o que está acontecendo e, por isso, sentir medo ou insegurança diante da ausência dos pais ou da mudança no comportamento familiar. Adolescentes, por outro lado, tendem a reagir com raiva, silêncio ou isolamento.


De acordo com a publicação Cancer in the Family da National Cancer Institute (NCI), é essencial que os pais sejam honestos, mas sensíveis ao falar sobre o diagnóstico. Incluir as crianças em pequenas tarefas ou dar espaço para que expressem o que sentem ajuda a fortalecer o vínculo e reduz a ansiedade gerada pelo desconhecido.


Amizades que se afastam e outras que se fortalecem


Muitas pessoas relatam que, ao falar sobre o câncer, algumas amizades se distanciam. Isso pode acontecer por medo, falta de preparo emocional ou simplesmente por não saber o que dizer. Em contrapartida, há amigos que se aproximam, oferecem apoio genuíno e se tornam uma rede essencial durante o tratamento.


Um estudo publicado na Psycho-Oncology Journal mostra que pacientes que contam com uma rede de apoio social consistente têm melhores índices de bem-estar psicológico e enfrentam com mais estabilidade as fases do tratamento. Pequenas atitudes como oferecer carona para uma consulta, preparar uma refeição ou apenas estar disponível para conversar podem ter um efeito muito maior do que se imagina.


O impacto nas relações profissionais e sociais


O câncer também interfere no ambiente de trabalho e na vida social. Deixar de exercer uma função, mesmo que temporariamente, pode gerar sentimentos de inadequação, insegurança financeira e isolamento. Para colegas de trabalho e empregadores, também há desafios: saber como lidar com a ausência, manter a comunicação e acolher o retorno do colaborador após o tratamento.


Segundo a Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO), promover ambientes inclusivos e empáticos para pacientes oncológicos é um passo importante para sua recuperação emocional e reintegração à vida social. Um ambiente que respeita os limites do tratamento e valoriza o ser humano por trás da função profissional é um aliado no enfrentamento do câncer.


Comunicação: o pilar do relacionamento durante o tratamento


Entre os principais fatores que influenciam a qualidade dos relacionamentos durante o tratamento do câncer está a comunicação. Muitos casais e familiares deixam de falar sobre o que sentem para não “sobrecarregar” o outro. Esse silêncio, embora pareça protetor, pode aumentar a sensação de solidão e a desconexão emocional.


De acordo com a American Psychological Association (APA), a escuta ativa e o diálogo honesto são ferramentas valiosas para enfrentar o impacto emocional do câncer nas relações. Falar sobre medos, planos, limites e necessidades ajuda todos os envolvidos a se sentirem parte do processo e reforça os laços de cuidado.


Terapia e acompanhamento profissional: quando buscar ajuda


Quando os conflitos se tornam constantes ou quando a relação começa a enfraquecer, buscar ajuda profissional é uma escolha saudável. A psicoterapia individual ou de casal pode ajudar a lidar com emoções difíceis, restaurar a empatia e reconstruir a parceria. Em casos de famílias com crianças, o acompanhamento psicológico infantil também pode ser indicado.


A Associação Brasileira de Psico-Oncologia recomenda que o suporte psicológico faça parte do tratamento oncológico desde o início, tanto para o paciente quanto para seus familiares e cuidadores. O apoio emocional qualificado não apenas reduz o sofrimento como também fortalece os vínculos durante todo o tratamento.


Como manter os vínculos fortes mesmo em tempos difíceis


Algumas práticas podem ajudar a preservar e até fortalecer os relacionamentos durante o tratamento do câncer:


  • Escute mais, julgue menos: Nem sempre é necessário ter uma resposta pronta. Estar presente e demonstrar interesse já faz muita diferença.


  • Respeite os limites: Cada pessoa reage de forma diferente. Respeitar o tempo e o espaço do outro é sinal de cuidado.


  • Valorize os momentos simples: Um café da manhã tranquilo, uma conversa leve, um filme juntos. Pequenos rituais mantêm a conexão viva.


  • Reforce os sentimentos positivos: Dizer "eu te amo", "estou com você", ou "obrigado por estar aqui" ajuda a manter o afeto ativo.


  • Busque apoio sempre que necessário: Cuidar de quem cuida é também uma prioridade. Familiares e amigos também precisam de suporte.


O câncer exige adaptações, mas não precisa significar o fim de conexões significativas


Apesar das dificuldades, muitos relacionamentos saem fortalecidos desse processo. A vivência de um tratamento oncológico pode revelar aspectos da relação que antes passavam despercebidos, promover um novo olhar sobre o outro e resgatar valores que o cotidiano havia deixado em segundo plano. A qualidade do vínculo pode não depender da ausência do problema, mas de como se atravessa esse momento juntos.


Um convite da Onco Mais Humana


Na Onco Mais Humana, acreditamos que cuidar do câncer é também cuidar dos vínculos que sustentam cada paciente. Por isso, nosso olhar vai além do diagnóstico: oferecemos escuta qualificada, acolhimento e suporte emocional ao paciente e às pessoas que caminham ao seu lado. Se você ou alguém próximo está passando por esse momento, saiba que não precisa enfrentar isso sozinho. Conte com uma equipe que entende que o cuidado também mora nas relações.

Agende uma conversa com a Onco Mais Humana e descubra como podemos caminhar junto com você, com leveza, empatia e respeito.


 
 
 

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