Conscientização sobre o Câncer de Testículo: Informação que Salva Vidas
- oncomaishumana
- 30 de abr.
- 5 min de leitura
O câncer de testículo é um tema que merece ser amplamente debatido, principalmente por atingir homens jovens, em sua maioria entre 15 e 35 anos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer representa cerca de 5% dos tumores urológicos no Brasil. Embora tenha altas taxas de cura quando diagnosticado precocemente, o desconhecimento sobre a doença ainda é um obstáculo importante para a detecção precoce. Falar sobre o câncer de testículo é falar sobre autocuidado, saúde e responsabilidade com o próprio corpo.

O que é o Câncer de Testículo?
O câncer de testículo se origina nos tecidos dos testículos, glândulas localizadas no escroto, responsáveis pela produção de espermatozoides e testosterona. Os tumores testiculares podem ser divididos em dois grandes grupos:
Seminomas: tendem a crescer de forma mais lenta e geralmente respondem bem à quimioterapia. A radioterapia pode ser indicada em alguns casos iniciais, dependendo do volume do tumor e do estágio da doença.
Não-seminomas: incluem vários subtipos como carcinoma embrionário, coriocarcinoma, teratoma e tumor do saco vitelino. Costumam ser mais agressivos.
Ambos os tipos, se diagnosticados nas fases iniciais, apresentam elevadas taxas de cura. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 95% dos casos detectados precocemente podem ser tratados com sucesso.
Importante: a biópsia da lesão testicular não é recomendada, pois pode aumentar o risco de disseminação do tumor. O diagnóstico definitivo é realizado após a retirada cirúrgica do testículo.
Fatores de Risco
Embora o câncer de testículo possa surgir sem causas aparentes, existem alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade do seu desenvolvimento:
Criptorquidia: condição em que o testículo não desceu para o escroto no nascimento.
Histórico familiar: parentes de primeiro grau que tiveram câncer testicular aumentam o risco.
Câncer de testículo anterior: homens que já tiveram câncer em um dos testículos apresentam maior risco no testículo remanescente.
Síndromes genéticas: como a síndrome de Klinefelter.
Etnia: estudos sugerem que homens brancos têm maior risco em comparação a outras etnias.
Importante lembrar: a presença de um ou mais fatores não significa, obrigatoriamente, que o câncer se desenvolverá. Contudo, reforça a necessidade de vigilância.
Principais Sinais e Sintomas
O reconhecimento dos sinais é uma das formas mais efetivas para detectar a doença precocemente. Os principais sintomas incluem:
Presença de um nódulo ou inchaço indolor em um dos testículos.
Sensação de peso no escroto.
Dor ou desconforto no testículo ou na região da virilha.
Alterações no tamanho ou consistência dos testículos.
Acúmulo repentino de líquido no escroto.
Em estágios mais avançados, podem surgir dores nas costas ou no abdômen, devido à disseminação para linfonodos ou outros órgãos. Diante de qualquer um desses sinais, é imprescindível buscar avaliação médica.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de testículo é baseado em alguns passos fundamentais:
Exame físico: o médico avalia tamanho, formato e presença de nódulos nos testículos.
Ultrassonografia escrotal: exame de imagem que diferencia massas sólidas (tumores) de massas líquidas (cistos).
Exames laboratoriais: análise dos níveis de marcadores tumorais no sangue, como alfa-fetoproteína (AFP), gonadotrofina coriônica humana (beta-hCG) e desidrogenase lática (LDH).
Tomografias: realizadas para verificar se houve disseminação para outros órgãos.
O diagnóstico definitivo geralmente é confirmado após a retirada cirúrgica do testículo afetado, procedimento chamado orquiectomia inguinal.
Tratamento
O tratamento do câncer de testículo é bastante efetivo e pode variar de acordo com o tipo histológico e o estágio da doença:
Orquiectomia: cirurgia de retirada do testículo afetado é o tratamento inicial para quase todos os casos.
Quimioterapia: utilizada principalmente em casos de doença disseminada ou tumores não-seminomatosos. Também é frequentemente indicada em seminomas mais avançados, com linfonodos maiores ou contraindicação à radioterapia.
Radioterapia: pode ser considerada em alguns casos de seminomas em estágio inicial e de baixo volume, mas seu uso tem se tornado mais restrito.
Cirurgias adicionais: para remoção de linfonodos retroperitoneais, em casos específicos.
Após o tratamento inicial, o paciente é acompanhado de perto com exames físicos, dosagens de marcadores tumorais e exames de imagem, para monitorar recidivas.
Impacto Emocional e Preservação da Fertilidade
Receber um diagnóstico de câncer, especialmente em uma fase da vida caracterizada por sonhos e projetos, pode ser profundamente abalador. Entre os medos mais comuns estão a perda da fertilidade, mudanças na autoestima e dúvidas sobre a sexualidade.
Hoje, existem diversas estratégias para a preservação da fertilidade, como a coleta e o congelamento de espermatozoides antes do início do tratamento. Conversar abertamente com a equipe médica sobre essas possibilidades é fundamental.
O acompanhamento psicológico, muitas vezes, é tão importante quanto o tratamento físico, ajudando o paciente a lidar com o medo, a ansiedade e as transformações emocionais decorrentes da experiência do câncer.
A Importância do Autoexame
Assim como o autoexame das mamas é incentivado para mulheres, o autoexame dos testículos é uma prática recomendada para homens, principalmente entre os 15 e 40 anos.
Como Realizar o Autoexame?
O momento ideal para realizar o autoexame é durante ou logo após o banho quente, quando a pele do escroto está mais relaxada.
Examine cada testículo separadamente, segurando-o entre os dedos polegar e indicador.
Palpe toda a superfície em busca de nódulos, endurecimentos ou aumento de volume.
Compare os dois testículos — pequenas diferenças de tamanho são normais, mas alterações novas devem ser investigadas.
A prática regular do autoexame favorece a identificação de mudanças precoces.
Câncer de Testículo no Brasil: Panorama Atual
O câncer de testículo, embora raro, ainda é cercado por desinformação. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados aproximadamente 1.150 novos casos anuais no Brasil. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) reforça que, embora as chances de cura sejam altas, muitos pacientes ainda chegam ao sistema de saúde em estágios mais avançados.
Entre as principais barreiras para o diagnóstico precoce estão:
Falta de informação adequada sobre a doença.
Resistência de homens em procurar atendimento médico.
Estigmas culturais relacionados ao cuidado da saúde masculina.
Campanhas de conscientização, associadas à educação em saúde, são fundamentais para superar esses desafios.
Mitos e Verdades sobre o Câncer de Testículo
É comum que o tema ainda esteja envolto em tabus e informações equivocadas. Vamos desmistificar algumas questões:
Vasectomia causa câncer de testículo? Não. Não há qualquer relação comprovada entre a realização de vasectomia e o desenvolvimento da doença.
Câncer de testículo sempre causa dor? Não. Na maioria das vezes, o nódulo é indolor. Por isso, é importante o autoexame regular, mesmo sem sintomas dolorosos.
Perder um testículo afeta a produção de hormônios masculinos? Em geral, não. O testículo remanescente costuma suprir as necessidades hormonais e reprodutivas.
Todo caroço no testículo é câncer? Não. Algumas condições benignas, como epididimite e cistos, também podem causar inchaços. Contudo, qualquer alteração deve ser investigada.
Falar sobre câncer de testículo é ampliar o acesso à informação, derrubar preconceitos e salvar vidas. É preciso normalizar o diálogo sobre saúde masculina desde cedo, ensinando adolescentes e jovens a conhecerem o próprio corpo, reconhecerem sinais de alerta e não adiarem a busca por atendimento médico.
O câncer de testículo, quando tratado nas fases iniciais, permite taxas de cura extremamente altas, sem comprometer a qualidade de vida. Por isso, o autoconhecimento e a informação devem ser estimulados continuamente.
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Onco Mais Humana: porque cuidar é mais que tratar, é entender.
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